A pandemia tem despertado algumas características que até então passavam despercebidas pela maioria das pessoas. Uma delas é a tirania dos teclados que, se não tomarmos cuidado, poderemos sair por aí escrevendo bobagens, que teriam permanecidas enclausuradas dentro de nossas cabeças. Sabe aquele “mata-burro” que existe entre o que se pensa e o que se fala e o que se escreve?
Então, já apontando para o culpado do que vem abaixo, aqui vai:
No eterno debate entre os que acham que ficam de lados opostos do balcão, sempre houve e sempre haverá a sensação de que um lado é garçom e o outro é cliente. Será? Quem serve quem, quem trabalha para quem?
No ciclo da vida, exercemos diferentes papéis neste teatro do dia a dia. Podemos, em um momento, sermos servidos em um restaurante e no momento seguinte servirmos a um cliente em nossa empresa. O mesmo garçom que o serviu poderá, acabando o expediente, ir comprar um sapato em sua loja.
Um exemplo simplório: um empresário faz a estratégia de um negócio, consegue financiamentos, endivida-se e no final de muito trabalho abre a sua empresa. Estará ele trabalhando somente para si mesmo, ou para todos aqueles que através da sua iniciativa, tirarão o seu sustento deste empreendimento? Quem serviu quem? Quem trabalha para quem?
O cliente final é aquele que está sentado à mesa comendo e o garçom é o que o serve? Não é, eles simplesmente estão em algum ponto desta intrincada cadeia que coloca a todos numa alternância contínua de papéis.
Então, a dúvida que meu provocante teclado inseminou na minha cabeça, permanece aberta para discussões, assim como a eterna pergunta sobre o ovo e a galinha. Mas o fato é, todos nós deveríamos nos comportar como se estivéssemos sempre do mesmo lado do balcão.
Tratemo-nos bem, portanto.
Para refletir.