Após um longo tempo inativo, volto a trocar ideias com meu teclado. E o assunto girou sobre a correta e necessária obsessão de economizar recursos para o futuro. Coloco em grande destaque, e com imensa tristeza, que esta discussão, somente se aplica a uma ínfima minoria neste país de desamparados.
Após algum tempo de discussão (eu e o meu teclado), nos perguntamos o porque e para que fazemos este planejamento, às vezes de difícil execução, para um futuro distante. O porquê é muito fácil entender, já o para que empacou as ideias.
– Quando nos aposentamos, já na casa dos 70 anos (cada dia mais tarde), vamos querer ou poder comprar o último modelo de um carro conversível? Se sim, possivelmente correremos o risco de pegar um resfriado se abaixarmos a capota.
– Vamos querer ou poder sair pela noite em baladas ou ir a restaurantes caros, se você já não tem mais tanto apetite e as condições do tempo já fazem parte do seu processo decisório?
– Vai querer ou poder fazer aquelas longas viagens de 10, 15 horas, para lugares distantes, se quase tudo o que você quer e precisa está bem perto de você?
O que eu tentei explicar ao meu teclado, é que temos que fazer aquilo que ainda temos vontade e energia para fazer, e entender que os recursos que guardamos tão rigidamente, para manter o padrão ou comportamento atual, não serão definitivamente o que iremos querer fazer a 30, 40 anos do nosso presente.
Portanto, que tal usarmos os nossos recursos de acordo com as nossas vontades ou necessidades de cada tempo da nossa vida, entendendo que as prioridades e as necessidades vão se adequando a cada momento da nossa existência.
Para aqueles que podem, vamos viver a vida.
Para refletir…
Muito didático Maurício. Uma colocação clara e cristalina de nossos conflitos do dia-a-dia, da dinâmica humana psíquica cotidiana.